Depois de nove jogos e 3.076 dias, camisa histórica volta a balançar as redes e assumir protagonismo para o Brasil na Copa do Mundo. Pombo chega a nove gols nos últimos sete jogos pela equipe de Tite
Podem falar o que for, mas há liturgias que são praticamente imutáveis no futebol. E entre elas está definido: a camisa 9 nasceu para quem faz gol!
E Richarlison é daqueles que incorporam essa exigência como poucos quando veste a camisa da seleção brasileira. Primeiro jogo de Copa do Mundo, poucos toques na bola e dois gols. Estreia que Ronaldo Fenômeno assinaria.
Falar que o Pombo vinha fazendo um bom jogo diante da Sérvia seria mentira. Diante de zagueiros que ultrapassavam dos 1,90m, era difícil se virar, encontrar espaços, segurar a bola. Foram 62 minutos escondido entre os gigantes sérvios, até que a bola encontrou o camisa 9, e de sua canela foi parar no fundo das redes. Alívio e festa no Lusail!
Depois de todo questionamento sofrido por Fred e Gabriel Jesus nas últimas Copas, a 9 tem em Richarlison um personagem que agrega características fundamentais. As principais delas: carisma e gol! Há nove jogos de Mundial o Brasil não tinha um camisa 9 comemorando. Desde Fred, diante de Camarões, na fase de grupos, dia 23 de junho de 2014.
"Como o professor Tite fala, não sei se vocês estão sentindo o cheirinho de gol, mas aqui na Seleção eu broco mesmo"
– É continuar, aproveitar os companheiros que tenho do meu lado. Hoje no intervalo conversei com eles e falei que precisava de uma bola, e ela chegou. Eu estava preparado e consegui balançar as redes. Foi uma noite maravilhosa, agora temos mais seis jogos pela frente para conquistar nosso objetivo.
Foram 3.076 dias onde o ex-atacante do Fluminense sofreu ao ser chamado de "cone", Gabriel Jesus viveu a pressão por ter passado em branco na Rússia. Mas Richarlison parece ter resolvido o problema. Com dois gols no Catar, precisa de só mais um para já igualar Luís Fabiano em 2010 e iniciar, por que não, a caça aos 15 de Ronaldo, o 9 histórico em 1998, 2002 e 2006.
O segundo gol diante da Sérvia, por sinal, foi uma pintura. Daqueles para pegar as melhores fotos, emoldurar, colocar na parede e contar para os filhos: "Eu fui o 9 do Brasil no Catar". Após passe de três dedos de Vini Jr, o voleio saiu cheio de estilo no canto e indefensável para Vanja Milinkovic-Savic.