O terceiro dia da greve dos rodoviários começou com mais ônibus tendo pneus esvaziados. Coletivos foram vistos parados na avenida Norte, no Recife, nas primeiras horas desta sexta-feira (28). Na manhã da quinta-feira (27), ônibus também tiveram pneus esvaziados na PE-15, em Olinda e Paulista.
A Urbana-PE denuncia que há vários registros de representantes do Sindicato dos Rodoviários esvaziando os pneus e depredando ônibus que estavam em operação.
Em um ato em frente à garagem da Pedrosa, na Zona Norte do Recife, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, foi detido. Segundo a polícia, a prisão foi por desobediência.
"A Urbana-PE informa que o Sindicato dos Rodoviários segue descumprindo determinações judiciais nesta sexta-feira (28). As lideranças rodoviárias continuam promovendo bloqueios, piquetes e tentando impedir trabalhadores que não desejam participar do movimento grevista de exercerem as suas atividades", afirmou o sindicato dos empresários.
"Tal conduta ilustra a contradição da direção do Sindicato dos Rodoviários, que diz em entrevistas que decisão judicial deve ser cumprida, mas não demonstra qualquer pudor em agir de forma antijurídica", completou a Urbana-PE.
A Urbana-PE também afirmou que "repudia o compo.rtamento adotado pelas lideranças rodoviárias que, além de provocarem transtornos irreparáveis à população e à economia local, desobedecem às leis, às instituições e promovem vandalismo".
Urbana-PE e Sindicato dos Rodoviários tiveram três rodadas de negociação, intermediadas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6). Não houve acordo em nenhuma das reuniões.
O reparo de cada pneu de ônibus esvaziado leva cerca de 10 minutos, tempo necessário para que o coletivo retorne às atividades normais.
Um dos ônibus com o pneu esvaziado era conduzido pelo motorista Elias Sebastião. Ele contou à reportagem da Folha de Pernambuco que eram 4h30 quando foi abordado. "Eu fui abordado por um rapaz do sindicato [dos Rodoviários]. Fecharam o ônibus. Um ficou na frente do veículo e o outro foi esvaziar o ônibus", detalhou.
A linha que ele dirige é a TI Macaxeira/Avenida Norte. Elias opina sobre a continuidade da greve que ele, por sinal, não aderiu.
"Isso já era para ter se resolvido. O sindicato já era para ter uma posição antes de acontecer a greve. Quando há uma paralisação, é porque o sindicato não teve uma justifica certa para que o patrão entrasse em um acordo. Já que não entraram em um acordo, a última opção é usar a força. Isso prejudica o cidadão, que precisa do transporte público e nós funcionários", alega.