Dávine Muniz Cordeiro foi transferida na manhã desta quinta-feira (11) para o Hospital Ilha do Leite, para continuidade do seu tratamento
Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, que ficou gravemente ferida após ser arremessada de um brinquedo em movimento do Mirabilandia no dia 24 de setembro, em Olinda, foi transferida na manhã desta quinta-feira (11), para o Hospital da Ilha do Leite, área central do Recife, para dar continuidade ao seu tratamento.
Anteriormente, ela estava internada no Hospital São Marcos, sob custeamento do parque, onde realizou todas as cirurgias necessárias. Com o desejo de trazê-la para tratamento em casa, a família vê que apenas um "milagre" pode salvá-la.
"Ela (Dávine) não tem mais chance de sobreviver, falando um português mais claro. A probabilidade de sobrevivência é baixíssima, por conta da gravidade da situação e das infecções que seguem surgindo. A gente não pode afirmar 100% porque ela não está internada há um ano, mas é muito difícil Não sabemos quando vai acontecer. Dávine segue viva porque é muito forte, é como um touro. Mas a nossa sensação é que ela só se recupera se algum milagre acontecer", revelou o primo de Dávine, Ricardo Lima.
Dávine sofreu traumatismo cranioencefálico e fraturas nos membros superiores ao ser arremessada do brinquedo. Inicialmente, a vítima foi internada no Hospital da Restauração e transferida, após ação judicial, para o Hospital São Marcos, da rede privada, sob custeamento do parque. Lá, segundo a família, ela realizou todas as cirurgias necessárias, mas segue em estado grave.
A transferência de Dávine para o Hospital Ilha do Leite acontece com o objetivo de estabilizar o seu quadro clínico o bastante para que ela possa ser transferida para tratamento em casa, que a família vê como um conforto maior.
"A transferência de Dávine estava prevista. Estamos esperando que os médicos possam, com o tempo, sinalizar positivamente para que ela possa ser transferida para tratamento em casa. Com o home-care, podemos trazê-la de volta para casa. Quanto mais próximo da família, mais fácil será para os pais dela, que já são idosos", explicou Ricardo.
Acordo entre família e parque
Com a transferência para o Hospital Ilha do Leite, vinculado ao plano de saúde de Dávine, o parque deixa de custear a hospitalização da jovem. Ainda assim, a família afirma que decisão ocorreu em comum acordo. Por meio de nota oficial, a assessoria jurídica da vítima revelou um acordo com o parque, mas que não pode ser detalhado por conta de uma "cláusula de sigilo".
Em contato breve com advogada de Dávine, Sandra Filizola, o acordo foi beneficitário para a vítima e para a família: "A família concordou com o que foi proposto. Não houve negativa entre as partes e foi um acordo muito consensual", disse ela.
A reportagem entrou em contato com o Mirabilandia com a solicitação de pronunciamento oficial sobre o acordo, mas até a publicação da matéria, não recebeu resposta.
Veja, abaixo, a nota oficial na íntegra das advogadas de Dávine.
A Assessoria Jurídica de Dávine Muniz, por meio da presente nota, esclarece que enquanto estivera internada no Hospital São Marcos, os procedimentos médicos e intervenções cirúrgicas necessários ao restabelecimento de sua saúde foram executados com notável competência por todos de sua equipe e custeado pelo Mirabilandia. Contudo, no momento, Dávine se encontra sem perspectiva de novas intervenções de grande complexidade.
Esclarece, ainda, que Dávine está em processo de desospitalização para continuidade do tratamento em Home Care, considerando o alto risco de contrair infeções no ambiente hospitalar.
Por fim, informa que após novas tratativas realizadas com o Jurídico do Parque Mirabilandia, as partes firmaram um acordo extrajudicial em favor de Dávine, o qual possui cláusula de confidencialidade de seus termos, com o propósito de resguardar os seus direitos.
Sendo essas as informações a serem prestadas em nome da família de Dávine, externamos os seus agradecimentos por todo o apoio prestado e orações que receberam da sociedade e da imprensa.
Vaquinha para tratamento encerrada
À Folha de Pernambuco, a família de Dávine afirmou que encerrou a vaquinha online, iniciada no dia 18 de dezembro, para transferir a jovem para tratamento em casa. À época, eles buscavam um valor entre R$ 50 mil e 60 mil para custear a reforma da residência da vítima, que já foi iniciada.
"Quando iniciamos a vaquinha, já tínhamos um dinheiro guardado. Com o que arrecadamos das doações, conseguimos atingir o valor esperado e já demos início às obras. No momento, esperamos que em três meses a reforma esteja pronta, para, a partir daí, avaliar com os médicos se a transferência de Dávine para casa será viável para o seu bem-estar", explicou Ricardo Lima.