Ao comentar o ataque do fim de semana, o primeiro a partir do território iraniano contra Israel, Raisi disse que Teerã exerceu o "direito à autodefesa"
O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, afirmou que seu país responderá de forma "severa" à "menor ação" de Israel contra "os interesses do Irã", segundo um comunicado publicado nesta terça-feira (16) por seu gabinete.
Israel prometeu responder ao ataque sem precedentes com drones e mísseis de sábado à noite executado pelo Irã contra o seu território.
"Nós declaramos de maneira firme que a menor ação contra os interesses do Irã vai, certamente, provocar uma resposta severa, extensa e dolorosa contra todos os seus autores", disse Raisi durante uma conversa por telefone com o emir do Catar, Tamim ben Hamad Al Thani, na segunda-feira.
Ao comentar o ataque do fim de semana, o primeiro a partir do território iraniano contra Israel, Raisi disse que Teerã exerceu o "direito à autodefesa".
O presidente explicou que seu país apontou contra os "centros" utilizados para organizar o bombardeio de 1º de abril, atribuído a Israel, contra o consulado iraniano em Damasco. O ataque matou sete membros da Guarda Revolucionária, incluindo um general responsável pelas operações no Líbano e na Síria da unidade de elite Quds, Mohamad Reza Zahedi.
Raisi afirmou que a operação foi "executada com sucesso, com o objetivo de punir o agressor".
O Exército israelense afirmou que o ataque foi "frustrado", depois que 99% dos 350 drones, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro foram derrubados, com a ajuda dos Estados Unidos, Jordânia, França e outros países.
Segundo o porta-voz das Forças Armadas de Israel, os poucos projéteis que seguiram a trajetória "atingiram levemente" a base aérea de Nevatim, no sul do país, que permaneceu operacional.
Raisi denunciou mais uma vez o que chamou de "apoio cego de certos países ocidentais ao regime sionista", o que segundo ele é "uma causa de tensão na região", destaca o comunicado.
O Irã suspendeu as operações em suas instalações nucleares no dia do ataque contra Israel, afirmou na segunda-feira o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi.
Grossi foi questionado sobre a possibilidade de um ataque de retaliação israelense contra instalações nucleares iranianas.
"Estamos sempre preocupados com esta possibilidade", respondeu.
"O que posso dizer é que os nossos inspetores no Irã foram informados pelo governo iraniano que, ontem (domingo), todas as instalações nucleares que inspecionamos diariamente permaneceram fechadas por razões de segurança", acrescentou o diplomata.
O fechamento "não teve nenhuma consequência em nossas atividades de inspeção. Mas, certamente, continuamos pedindo máxima moderação", acrescentou.